Polícia prende funcionária de UPA suspeita de ligação com facção em Porto de Galinhas

 

Na manhã desta quinta-feira, dia 30, agentes da 43ª Circunscrição Policial de Porto de Galinhas, comandados pelo delegado Ney Luiz Rodrigues, em operação conjunta com o CORE/PCPE, efetuaram a prisão de Valesca Helena dos Santos. A ação foi embasada por um mandado de prisão preventiva emitido pela Vara Criminal de Ipojuca, como desdobramento de uma investigação em curso na delegacia local.

De acordo com as investigações, Valesca Helena dos Santos mantinha vínculos estreitos com a organização criminosa conhecida como Trem Bala/CLS, desempenhando um papel de alta relevância dentro da hierarquia do grupo. Seu envolvimento estaria ligado a atividades consideradas cruciais para a ORCRIM.

A facção, reconhecida pela sua atuação violenta, incluindo casos de tortura e homicídios, mantém controle na região de Porto de Galinhas, tendo sido identificados indícios de cemitérios clandestinos, principalmente em áreas de mangue, onde os criminosos descartam os corpos de suas vítimas. Recentemente, a polícia localizou o cadáver de uma mulher vítima do grupo, ocultado em um manguezal.

Além disso, Valesca é mãe de um outro investigado conhecido como "Kebinho" ou "Quebrado", figura de grande periculosidade e suposto responsável por liderança no tráfico de drogas, suspeito de envolvimento em pelo menos três homicídios no ano em curso.

Aprofundando as investigações, descobriu-se que Valesca não somente faz parte da organização CLS/Trem Bala, mas também detém um papel de destaque. Suspeita-se que ela seja a mandante de ao menos dois homicídios, motivados por desentendimentos triviais com as vítimas, evidenciando a periculosidade e influência hierárquica dentro da facção.

A investigada parece gerenciar aspectos do tráfico de drogas, oferecendo orientação ao grupo e resolvendo conflitos entre membros. Sua vigilância constante visa alertar os integrantes sobre aproximações policiais, visando a evitar ações que possam prejudicar a ORCRIM. Há indícios de que Valesca mantém uma rede de informantes, recebendo alertas sobre a presença policial na região.

Surpreendentemente, a suspeita trabalha como funcionária na Prefeitura de Ipojuca, prestando serviços no Posto de Saúde de Porto de Galinhas. Segundo apurado, ela aproveitava sua posição para obter informações de pacientes, repassando-as à organização criminosa para o cadastro de chip/linhas telefônicas, dificultando sobremaneira as investigações policiais ao possibilitar o uso de linhas telefônicas registradas em nomes de terceiros, sem o conhecimento das vítimas.

Ademais, Valesca também fornecia cuidados médicos clandestinos aos criminosos, especialmente após confrontos com as autoridades, evitando sua identificação e registro em unidades de saúde, favorecendo a continuidade das atividades ilícitas da facção.

As investigações também apontaram que Valesca estava associada ao mesmo grupo criminoso que seu filho, usufruindo dos recursos provenientes do ilícito. Ela é suspeita de emitir atestados médicos falsos e exibir nas redes sociais objetos de valor, indicando sua conexão com atividades criminosas.

O desdobramento deste caso mostra a complexidade das conexões entre indivíduos e organizações criminosas na região, bem como a dificuldade enfrentada pelas autoridades para desmantelar tais estruturas criminosas.

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