Genro de mafioso chinês é alvo de operação em São Paulo

 

Nesta terça-feira, dia 31, uma operação coordenada entre a Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) resultou na apreensão de aproximadamente R$ 7 milhões de suspeitos envolvidos em um complexo esquema de golpes financeiros, lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armas e munições em São Paulo.

Entre os investigados, destaca-se o genro de um mafioso chinês que foi deportado da China em 2019 e que, segundo as autoridades, é o proprietário de uma loja de armas de fogo. Esta loja teria recebido pagamentos de uma série de intermediários do bairro do Brás, região do centro paulistano onde atuam comerciantes chineses. De acordo com a PF, tais pagamentos foram efetuados por indivíduos que não possuíam autorização para adquirir armas e munições. Até o momento, dois dos cinco sócios da empresa estão sob investigação, sendo um deles o genro do cidadão chinês deportado em 2019, conforme informou o delegado Jeferson Di Schiavi.

A operação, que contou com o suporte do Exército e da Receita Estadual, resultou na execução de oito mandados de busca e apreensão na capital paulista e em São Bernardo, na Grande São Paulo, além da tomada de medidas para bloqueio de bens relacionados aos alvos da ação policial. O início das investigações ocorreu a partir de informações repassadas pela Stone Pagamentos, acerca de atividades financeiras suspeitas nas contas mantidas pelos indivíduos envolvidos na operação.

Estima-se que essa organização criminosa tenha arrecadado aproximadamente R$ 4 milhões em apenas seis meses por meio da prática do chamado "golpe do falso salário" em vítimas de diferentes estados, utilizando intermediários do bairro do Brás para lavar o dinheiro obtido e direcioná-lo para a loja de armas de fogo, de propriedade do genro do mafioso chinês.

O modus operandi dos criminosos consistia em oferecer empregos fictícios, nos quais o pagamento do salário estava condicionado a uma contrapartida em dinheiro. De acordo com a PF, as vítimas eram levadas a realizar atividades em uma plataforma virtual e acumulavam créditos salariais que, contudo, nunca eram efetivamente pagos, sendo-lhes solicitada uma transferência via Pix como contrapartida. O promotor encarregado da investigação pretende agora apurar se as transferências de dinheiro para a loja de armas tinham como objetivo principal "abastecer o poder bélico das organizações criminosas".

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