O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou denúncia contra quatro empresários sob acusação de liderar um esquema de fraude em contratos com entidades públicas em favor do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os acusados são Vagner Borges Dias, Márcio Zeca, Carlos Roberto Galvão Júnior e Antonio Carlos de Morais.
Os promotores solicitaram a prisão preventiva dos quatro denunciados, cujo pedido agora aguarda análise da juíza Priscila Devechi Ferraz Maia.
Na semana passada, durante a Operação Munditia, os denunciados e outras 11 pessoas foram alvo de mandados de prisão temporária. Todos foram detidos, exceto Vagner Dias, conhecido como Latrell Brito, apontado como principal beneficiário do esquema. Duas mulheres detidas, que são mães de crianças pequenas, receberam o benefício de prisão domiciliar.
Segundo investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), empresas ligadas a Latrell firmaram diversos contratos com prefeituras, câmaras municipais e o governo estadual, mediante pagamento de propina a autoridades e manipulação de concorrências em licitações.
O MPSP destaca um "aumento substancial" nos ativos de Latrell durante o período em que obteve múltiplos contratos, seja diretamente ou através de empresas registradas em nome de seus funcionários.
Os demais denunciados são identificados nas investigações como representantes de empresas associadas a Latrell. Márcio Zeca, inclusive, possui uma condenação recente por tráfico de drogas e é suspeito de ser membro do PCC.