Manaus : pirarucu e restaurante flutuante

O pirarucu esteve na lista de extinção durante muito tempo. Houve várias iniciativas para a preservação da espécie tanto de organizações não governamentais como do próprio governo. Mas no final das contas o que fez realmente a diferença foi a descoberta de que o peixe se adaptava em cativeiro. Com isso veio a criação com época certa para o abate. Na Amazônia há vários empreendimentos neste sentido: grandes e pequenos.
E virou atração turística. O peixe com características jurássicas, que chega a atingir 200 quilos e pode medir até 3 metros vive em lagos ou em águas mais claras sem correnteza. Outro detalhe: o pirarucu respira dentro da água ou fora tendo brânquias para a respiração aquática e uma bexiga natatória que seria praticamente um pulmão para a respiração aérea.

O pirarucu


No nosso passeio fizemos a pesca simulada. O turista, pagando 5 reais, tem o direito a duas iscas. O peixe é amarrado em uma corda ligada a um pedaço de pau. Quando se aproxima a isca da água logo se observa a aproximação do pirarucu. Ele suga e morde a isca. Enquanto ele luta para ficar com o peixe dá até a sensação que podemos puxar o pirarucu para fora.
Virou um bom negócio.
O pirarucu puxando a corda e comendo a isca
Pela emoção o turista paga 5 reais, mas o proprietário recebe outras solicitações, como nadar com o pirarucu. O valor sobe para 1500 reais. Emissoras de tv e documentaristas são os que mais procuram, segundo o proprietário do cativeiro, para poder filmar o peixe dentro da água.
No nosso vídeo você pode conferir que hoje é mais vantagem manter o peixe vivo como uma atração do que levar para o abate. Logo em seguida, no mesmo vídeo, vamos almoçar em um restaurante flutuante, onde não faltou pirarucu, que também ficou conhecido como bacalhau da Amazônia por ser uma carne branca e saborosa.


Na Wikipédia encontramos a lenda indígena do pirarucu. Você pode ler abaixo.

Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos uaiás, que habitava as planícies do Sudoeste da Amazônia. Ele era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo.
Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder. Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhum motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses.
Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhase seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçu, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucu, que estava pescando com outros índios as margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia.
O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprezo. Então Tupã enviou Chandoré,para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Chandoré, acertou o coração do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.
Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados, enquanto o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo foi o terror da região.

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